quarta-feira, 30 de novembro de 2016

“Fallen”: filme será lançado ainda em 2016

O site norte-americano The Guardian divulgou que finalmente o lançamento do primeiro filme da saga “Fallen” será em setembro deste ano! A autora Lauren Kate já assistiu ao filme que disse que está bem fiel ao livro, uma coisa que deixou os fãs bastante animados.
O lançamento do filme foi marcado para setembro, por causa da falta de filmes de adaptações literárias sendo lançados nessa época. Com o fim de “Jogos Vorazes” e “Maze Runner” sendo lançado apenas em 2017, o longa ganhou a época perfeita.
O livro foi lançado nos Estados Unidos em 8 de Dezembro de 2009, e tornou-se best-seller do The New York Times, entrando na lista dos mais vendidos. A trama conta a história de Lucinda Price, uma adolescente de 17 anos que se apaixona por Daniel Grigori, um anjo caído.
A série é composta por quatro livros: “Fallen”, “Tormenta”, “Paixão” e “Êxtase”, além de “Apaixonados” que é um spin-off.
A atriz Addison Timlin irá interpretar a protagonista, Lucinda Price, o ator Jeremy Irvine irá fazer Daniel Grigori, e Harrison Gilbertson será Cameron Briel.

Significado de Folder

O que é Folder:

Folder é uma palavra em inglês que pode significar folhetobrochuraflyer. É umdocumento escrito que tem uma dobra(fold em inglês) e tem o objetivo de apresentar informações. Em inglês, a palavra folder também descreve uma pastaonde é possível guardar documentos.
Enquanto panfletos ou folhetos podem não ter dobras, o folder tem pelo menos uma dobra e ilustrações. Um folder é composto pela capa (página principal), a mensagem interna e a última página, que costuma conter elementos como contatos e outras informações relevantes.
Um folder pode ser promocional ou institucional. O folder promocional é usado para promover um determinado produto, serviço ou área comercial, enquanto o folder institucional é usado no âmbito de uma instituição, sendo que muitas vezes circula dentro de uma empresa.
Existem vários programas que ajudam a fazer folders, como o CorelDraw, PhotoShop e Fireworks. Também existem vários sites com sugestões de modelos criativos e originais de folders.
No ramo da informática, a palavra folder remete para um diretório, uma pasta dentro do computador. Existem alguns programas como o lock folder ou folder protector, que permitem proteger uma pasta ou arquivo com uma senha de segurança.

O escritor e a mídia

A entrevista de Umberto Eco (1) pela jornalista  Ilze Scamparini é uma aula de como escapar das armadilhas postas por uma entrevistadora preocupada mais em confirmar as teses neoliberais em voga como, por exemplo ao fazer uma pergunta sobre política na redação dos jornais ela introduz uma opinião pessoal tentando induzir o entrevistado a concordar consigo “Mas a política dentro da redação. Isso também pode ser uma coisa nefasta? A política, o jornalismo contaminado da política partidária.” Ao contrário, portanto, de uma pergunta neutra, menos invasiva, tipo “Qual sua opinião sobre …?” que passa ao entrevistado a avaliação se tal fato é, no seu entender, algo criticável ou não.  
A propósito, sobre a critica a política nas redações ele respondeu que nada tinha contra política nas redações e que pior era estas mesmas redações de jornais comprometidas com bancos, indústrias. Como exemplo positivo citou ainda o comprometimento político explícito de grandes grupos midiáticos americanos durante as eleições presidenciais. Comprometimento que, digo eu, evitam farsas comuns aqui no Brasil onde sob uma suposta neutralidade jornalística a grande mídia “vende melhor o seu peixe” ainda que comprometida até a medula com bancos, grandes grupos indústrias e rentistas. 
Só esta resposta bastava para a entrevistadora ”baixar a guarda” e direcionar a entrevista para um viés, digamos, mais literário com foco no lançamento do último livro dele “Número Zero”. No entanto,  como o livro tem relação direta com a política e com a mídia e seus meandros, ela teve que se reportar ao maior sucesso dele “O Nome da Rosa” e, em sequência, a um personagem do novo livro que, segundo ela, parecia remeter ao Sílvio Berlusconi ao que em resposta ele disse que o tal personagem tanto poderia remeter ao dito cujo como a outros grandes empresários da comunicação do mundo como, por exemplo, Rupert Murdoch. Neste momento, ficou claro que era melhor levar a conversa para paragens mais amenas senão o foco poderia voltar- se para questões locais, personagens locais e daí tudo se complicaria de vez. 
Outra questão interessante abordada pelo entrevistado diz respeito à edição que ele ilustrou com a hipótese de ocorrência de três crimes envolvendo o mesmo tipo de crime: um homem mata sua amante. Crime ocorrido em três capitais diferentes (Belo Horizonte, São Paulo e Salvador). Portanto, tudo nos conformes de um país imenso como o Brasil. Agora você junta estes três crimes em uma mesma notícia supondo, por exemplo, uma cor comum para todas as vítimas e tem- se uma configuração de proporções fantásticas quando, de fato, nada de fantástico ocorreu. Aliás, esta questão veio a reboque de sua abordagem sobre o que ele chama de jornalismo “máquina de lama”, um jornalismo preocupado apenas em manchetes sensacionalistas e chantagens.
Neste particular, se se aprofundar este tópico pode gerar um debate interessante sobre se a qualificação de jornalismo “máquina de lama” merece ser endereçada apenas a jornais verdadeiramente sensacionalistas dado que hoje a fronteira entre estes e a chamada grande imprensa no mundo pós-queda do muro de Berlim e fim do socialismo real é muito tênue. A indústria da difamação dos inimigos ideológicos na grande imprensa brasileira, que, segundos muitos, eu inclusive, atua como um partido político, virou a tônica onipresente a emoldurar as chamadas de capa e as principais reportagens na mídia impressa, falada e televisiva. 
Foi golpe em cima de golpe. Ela tentando conduzir a conversa para uma crítica neoliberal, de direita e ele a todas estas investidas respondendo e desconstruindo com elegância e sagacidade. 
Ao perguntar sobre a forte reação a sua dura frase “A internet deu voz aos imbecis” ele respondeu:  “É dar muita importância a uma coisa óbvia. É ou não verdade que no mundo existem muitos imbecis? Me parece que sim. Agora, podemos discutir se são a maioria ou a minoria. Mas existem muitos. No momento em que a internet permite que todos falem, permite que um grande número de imbecis fale. Então, é preciso também saber criticar aquilo que está na rede e pronto. Acho quequem protestou foram eles, os imbecis.” 
Ao ser questionado como ele, um estudioso de Tomás de Aquino e dos meios de comunicação como via o Papa Francisco como um comunicador. Eco respondeu não só que via com extrema simpatia como o alinhava aos jesuítas das missões dos seiscentos, um pouco revolucionários, paraguaios, que armaram os índios contra os espanhóis. Portanto, diferente dos jesuítas reacionários franceses dos oitocentos.
 Não estou com isso querendo dizer que a reportagem não foi boa. Seria leviano e injusto, pois, ela demonstrou conhecimento do entrevistado e sua obra e o conteúdo das perguntas era pertinente. A forma é que estava contaminada ideologicamente. Apenas quis demonstrar a força do pensamento único hegemônico na grande mídia que leva até bons repórteres a nele se enquadrarem e cometerem maniqueísmos ideológicos que são desconstruídos por entrevistados cultos e inteligentes como Umberto Eco. Fiquei com a impressão, posso estar enganado, de que ela se expôs ao ridículo ao ser desmascarada e a todo tempo contrariada em suas intenções. Intenções que não sei se fruto de convicção pessoal ou de desejo de agradar o patrão.
 O arremate final da entrevista não podia ser melhor:
Ilze Scamparini — Um papa um pouco laico, não?
Umberto Eco — Em suma…
Ilze Scamparini — Mais que os outros…
Umberto Eco — Ele não tem uma visão de talibã.”
(1) Umberto Eco morreu no dia 19 de fevereiro, aos 84 anos, em sua residência em Milão. Ele é o autor de obras como o Nome da Rosa, o Pêndulo de Foucault e Obra Aberta. 
A Construção da Identidade Social: Memória, Interação e Institucionalização

A construção da identidade social – a memória

Dentre a variedade de elementos necessários para o processo de construção da identidade social, segundo Michel Pollak, a memória assume papel importantíssimo. Pode-se notar que desde o nascimento da filosofia ocidental instaura-se a preocupação pela definição do conceito de identidade. Por identidade compreende-se, pois, o sustento, a base, o imóvel e essencial presente em todos os seres humanos; aquilo que pode diferi-los entre si e, por isso, transformá-los em indivíduos. Em breves palavras, é o que nos torna únicos na multidão dos seres, ou mesmo, o que nos torna nós mesmos.
Nesse processo, deve-se à memória importante posto na construção da identidade, ou melhor, na reconstrução das experiências que estabelecem os elementos particulares a cada indivíduo: sua história de vida. Por decorrência, pelo fato de não vivermos isolados como eremitas, cada história de vida individual atua diretamente na edificação da memória “coletiva” de nossa sociedade. Trata-se de uma tênue linha que está constantemente a dividir-se entre a esfera do público e do privado. O processo de construção da memória coletiva não pode, em nenhuma instância, atuar em detrimento da história de vida individual, da individualidade de cada homem. Longe disso, em sua dimensão pessoal a memória surge como garantia de nossa identidade e, por conseqüência, da identidade de nosso povo.
Tendo vista no fato de que não se trata, a memória, de um arquivo sem critérios, vale atentar-se para sua capacidade seletiva. Nesse processo, fatos, acontecimentos, conhecimentos e saberes são ordenados ou dispensados tendo em vista o seu grau de utilidade para o indivíduo. Em breves palavras, a memória é organizada em função das preocupações do momento. Aqui acontece o divisor de águas entre o que deve ser esquecido e o que deve ser lembrado. Esse processo incide na construção da memória individual que, no conjunto de suas semelhantes, efetuará a construção daquela que denominamos por memória coletiva. Ambas, portanto, são passiveis de construção. Em uma mente saudável facilmente pode-se estabelecer a diferença entre as verdadeiras lembranças e os enganos, salvo pequenos e corriqueiros esquivos que nos passam. Isso acontece porque em todas as espécies de memórias existem pontos relativamente invariáveis, os quais denominamoselementos irredutíveis. Nesses o trabalho da memória se exerceu de modo mais intenso, o que impossibilita a sua variação.
Dentre os elementos fundamentais para a composição da memória Pollak elabora um elenco de três principais, a saber: os acontecimentos vividos, as pessoas/personagens e os lugares. Tais elementos tanto podem ser verdadeiros como também adaptações de outros eventos, fatos, pessoas ou lugares. A esse processo denomina-se transferências ou projeções. Na maioria dos casos, o vínculo entre as lembranças e os elementos materiais se torna em muito aguçado. Pessoas ou lugares públicos são capazes de despertar a memória individual ou coletiva, a ponto de fazê-la reviver acontecimentos passados. Como exemplo podemos tomar a figura do antigo “muro de Berlim”, da Alemanha. Estava ali a representação de um objeto concreto que despertava a memória tanto individual - daquelas pessoas que particularmente vivenciaram alguma experiência a ele ligada - quanto coletiva - de todo o mundo que a ele olhava com indignação. Noutro exemplo, olhando para o discurso, pode-se notar a variação de referências entre o âmbito social e individual. É facilmente notada, no discurso de políticos - ou mesmo nas respostas de jogadores de futebol – a alusão ao âmbito social mesmo diante de perguntas unicamente referentes ao individual ou particular.
Enfim, segundo a ordem estabelecida por Michel Pollak, na construção das memórias, tanto individuais quanto coletivas, existem três elementos que surgem como essenciais: a unidade física, a continuidade dentro do tempo e o sentimento de coerência. São essas as características fundamentais à composição do conceito de identidade. Nas sociedades ao longo da história, memória e identidade são dados constantemente negociados. Por isso a necessidade, segundo Pollak, em estabelecer os elementos de coerência, únicos capazes de garantir a unidade entre as memórias individuais, por sua vez, constituintes da memória coletiva. Aqui se efetua a constante tentativa de criação dos laços lógicos e, especialmente, simbólicos entre os eventos de determinada sociedade. Trata-se de uma das possibilidades de viver e coexistir em meio à fragmentação da vida cotidiana.

A Construção social da Realidade – Interação e institucionalização

Apesar de partir, de modo primitivo, de uma ação subjetiva, pessoal, a vivência do ser humano lhe mostrou que a relação com o outro é dado fundamental de sua constituição. É através das variadas tipificações que o outro nos advém: homem, mulher, jovem, velho... Tais esquemas de tipificação afetam de modo direto nossas relações, podendo ser correspondidos ou não diante de uma interação real. Assim, novamente se torna a realidade constantemente negociada e construída.
Partilhamos a realidade de nossa existência com outros indivíduos. Convivemos desde o momento de nosso nascimento. Todavia, a forma como experimentamos os outros em nossa vida varia. Na relação face-a-face, eleita como primordial por Alfred Schutz e demais pensadores contemporâneos, o outro se nos torna mais acessível: “caminhamos juntos, envelhecemos juntos.” No modo como criamos a sociedade, as relações têm estado cada vez mais afastadas. Instaura-se, pois, o império do anonimato. As pessoas não se referem mais umas às outras pela proximidade do face-a-face, mas de modo genérico, sem rosto, anônimo.


Nesse processo, construímos ações institucionalizadas. Em outras palavras, são os hábitos e costumes de nossa rotina que se tornam perpetuados por todos os membros de nossa sociedade. Para tal, algumas características são apontadas como fundamentais ao modo de tipificação institucional, a saber: possuem reciprocidade, possuem caráter típico das ações e dos atores, implicam historicidade, ou seja, surgem como produto de um processo histórico, e, por fim, implicam um sistema de controle social, estabelecendo padrões previamente definidos da conduta humana.  Desse modo os indivíduos vão aderindo, pouco a pouco e sem critérios, à onda de autocontrole institucional, passando a viver como que em um constante “piloto-automático”. A institucionalização ganha força própria e passa a existir como exterior às ações dos indivíduos. A legitimidade pouco a pouco concedida implica na existência de um poder coercitivo, bem como na construção de um mundo conduzido por uma ideologia previamente estabelecida, mas sob os trajes da inocência – “afinal, tudo sempre foi assim...” Homem e mundo social revezam-se na disputa pelo protagonismo do mundo real, constantemente a atuar um sobre o outro.
SIGNIFICADO DE NARRATIVA

O que é Narrativa:

Narrativa é uma exposição de fatos, uma narração, um conto ou uma história. As notícias de jornal, história em quadrinhos, romances, contos e novelas, são, entre outras, formas de se contar uma história, ou seja, são narrativas.
As narrativas são expressas por diversas linguagens: pela palavra (linguagem verbal: oral e escrita), pela imagem (linguagem visual), pela representação (linguagem teatral) etc.

Elementos da Narrativa

A narrativa é uma sequencia de fatos interligados que ocorrem ao longo de certo tempo e possui elementos básicos na sua composição:
  • Fato – corresponde à ação que vai ser narrada (o que)
  • Tempo – em que linha temporal aconteceu o fato (quando)
  • Lugar – descrição de onde aconteceu o fato (onde)
  • Personagens – participantes ou observadores da ação (com quem)
  • Causa – razão pela qual aconteceu o fato (por que)
  • Modo – de que forma aconteceu o fato (como)
  • Consequência – resultado do desenrolar da ação
A narrativa se desenvolve em torno de um enredo, nome que se dá a sequencia dos fatos. A partir do enredo chega-se ao tema, que é o motivo central do texto. O enredo apresenta situações de conflitos ou ações, que são divididos em quatro partes:
  • Apresentação – vários elementos como as personagens, cenário, e tempo, são apresentados pelo narrador, para enquadrar o leitor relativamente aos fatos.
  • Desenvolvimento - aqui o conflito tem origem, havendo o confronto entre os personagens.
  • Clímax - é o expoente máximo do conflito, existindo uma enorme carga dramática e onde alguns fatos importantes atingem sua maior dramaticidade.
  • Desfecho – é a parte final da narrativa que revela o resultado do clímax, sendo que o conflito pode ou não ter sido resolvido.
Os personagens de uma narrativa podem ser descritos do ponto de vista físico e psicológico, exercendo diversos papéis:
  • Protagonista – é o personagem principal de uma narrativa, tem o papel mais importante no desenrolar da ação.
  • Antagonista - aquele que se opõe ao protagonista, sendo o seu inimigo. Muitas vezes só é revelado como antagonista durante o clímax.
  • Personagem secundária - apesar de ter um papel menos importante que o protagonista, é também importante para o desenvolvimento da ação.
  • Figurante - tem como função ajudar a descrever um ambiente ou espaço do qual faz parte. O seu papel não tem influência na ação.

Narrativa Literária

A narrativa literária pode ser apresentada na forma de prosa e verso. Quanto ao conteúdo, estão agrupadas em três gêneros: narrativo, lírico e dramático.
Em toda narrativa, há um narrador, que conta o que acontece. Não deve ser confundido com o autor do texto. O narrador pode ser um personagem que participa da ação. Nesse caso trata-se de um narrador em primeira pessoa. Quando ele não participa da história, mas apenas relata o que fazem os personagens, trata-se de um narrador em terceira pessoa.
Entre as formas de narrativas em prosa, destacam-se:
  • Romance – aborda uma narrativa de ficção, longa, com vários personagens que vivem diferentes conflitos e cujos destinos se cruzam, através de um enredo narrado numa sequência temporal. Um romance pode contar diferentes tipos de histórias: romance policial, romance histórico, romance de aventuras etc. Ex.: Morte na Praia, de Agatha Christie,
  • Novela – é uma narrativa menos abrangente que o romance, composta de uma série de unidades encadeadas, mas articulada em torno de um personagem central. Ex.: O Alienista, de Machado de Assis, Vidas Secas, de Graciliano Ramos etc.
  • Conto – é uma narrativa mais curta, compacta e com poucos personagens. Concentra-se em torno de um só personagem, onde só existe um conflito num espaço de tempo reduzido.
  • Crônica – possui um texto mais informal, que relata acontecimentos do dia a dia, onde várias vezes o cronista sutilmente denuncia algum problema de ordem social.
  • Fábula – é uma pequena narrativa que expressa uma mensagem de fundo moral. As personagens das fábulas são, geralmente, animais que representam tipos humanos. Ex.: A Cigarra e a Formiga e A Lebre e a Tartaruga, de La Fontaine.

Narrativa de aventura

A narrativa de aventura é aquela que descreve ações desenvolvidas por um personagem representado por um valente herói, que vive as mais surpreendentes situações. O aventureiro enfrenta desafios e se envolve em diversas aventuras para escapar do perigo. A ação é um elemento principal numa narrativa de aventura. Ex.: As Viagens de Gulliver, de Jonatham Sift, Odisseia e A Ilíada, de Homero etc.
Oswald de Andrade

Senhor
Que eu não fique nunca
Como esse velho inglês
Aí do lado
Que dorme numa cadeira
À espera de visitas que não vêm

(Primeiro caderno do aluno de poesia)


Em 11 de janeiro de 1890 nasce em São Paulo José Oswald de SousaAndrade, filho único de José Oswald Nogueira de Andrade e Inês Henriqueta Inglês de Sousa Andrade.

Inicia seus estudos, em 1900, na Escola Modelo Caetano de Campos, ainda marcado pelo fato de haver presenciado a mudança do século.

Em 1901, vai para o Ginásio Nossa Senhora do Carmo. Tem como colega Pedro Rodrigues de Almeida, o “João de Barros” do”Perfeito Cozinheiro das Almas desse mundo...”.

Em 1903, transfere-se para o Colégio São Bento. Lá tem como colega o futuro poeta modernista Guilherme de Almeida.

Em 1905, com o São Paulo em ebulição — surge o bonde elétrico, o rádio, a propaganda, o cinema — participa da roda literária de Indalécio Aguiar da qual faz parte o poeta Ricardo Gonçalves.

Em 1908, conclui os estudos no Colégio São Bento com o diploma de Bacharel em Humanidades.

De família abastada, Oswald, em 1909 inicia sua vida no jornalismo como redator e crítico teatral do “Diário Popular”, assinando a coluna "Teatro e Salões". Ingressa na Faculdade de Direito.

Em 1910, monta um atelier com o pintor Oswaldo Pinheiro, no Vale do Anhangabaú. Conhece o Rio de Janeiro, e fica hospedado na residência de seu tio, o escritor Inglês de Souza. Passa o primeiro Natal longe da família em Santos, numa hospedaria de carroceiros das docas.

No ano seguinte, com a ajuda financeira de sua mãe, funda “O Pirralho”, cujo primeiro número é lançado em 12 de agosto, tendo como colaboradores Amadeu Amaral, Voltolino, Alexandre Marcondes, Cornélio Pires e outros. Conhece o poeta Emílio de Meneses, de quem se torna amigo. Lança a campanha civilista em torno de Ruy Barbosa. Passa uma temporada em Baependi, Minas, nas terras da família de seu avô.

Em 1912, viaja à Europa. Visita vários países: Itália, Alemanha, Bélgica, Inglaterra, França, Espanha. Conhece durante a viagem a jovem dançarina Carmen Lydia, (Helena Carmen Hosbale) que Oswald batiza em Milão. Morre em São Paulo sua mãe, no dia 6 de setembro. Retorna ao Brasil, trazendo a estudante francesa Kamiá (Henriette Denise Boufflers). Reassume sua atividade de redator de “O Pirralho”, onde publica crônicas em português macarrônico com o pseudônimo de Annibale Scipione.

No ano seguinte, participa das reuniões da Vila Kirial e conhece o artista plástico Lasar Segall. Escreve “A recusa”, drama em três atos.

Nasce o seu filho, José Oswald Antônio de Andrade (Nonê), com Kamiá, em 1914. Torna-se Bacharel em Ciências e Letras pelo Colégio São. Bento, onde foi aluno do abade Sentroul. Cursa Filosofia no Mosteiro de São Bento.

Em 1915, participa do almoço em homenagem a Olavo Bilac, promovido pelos estudantes da Faculdade de Direito. Torna-se membro da Sociedade Brasileira dos Homens de Letras, fundada em São Paulo por Bilac. Chega ao Brasil a dançarina Carmen Lydia, com quem mantém um barulhento namoro. Faz viagens constantes de trem ao Rio a negócio ou para acompanhar Carmen Lydia.

No ano seguinte, publica em “A Cigarra” o primeiro capítulo — e, depois, lança, com Guilherme de Almeida, as peças teatrais “Theatre Brésilien — Mon Coeur Balance” e “Leur Âme”, pela Typographie Asbahr. Faz a leitura das peças em vários salões literários de São Paulo, na Sociedade Brasileira de Homens de Letras, no Rio de Janeiro e na redação “A Cigarra”. Publica trechos de “Memórias Sentimentais de João Miramar” na “A Cigarra” e na “A Vida Moderna”. Sofre de artritismo. A atriz Suzanne Després recita no Municipal trechos de “Leur Âme”. Passa a colaborar regularmente em “A Vida Moderna”, que publica em 24 de maio, cenas de “Leur Âme”. Volta a estudar Direito, cujo curso havia interrompido em 1912. Recebe o convite de Valente de Andrade para fazer parte do “Jornal do Comércio”, edição de São Paulo e em 1º de novembro começa seu trabalho como redator. Redator social de “O Jornal”. Passa temporada com a família em Lambari (MG). Veraneia em São Vicente (SP). Vai regularmente a Santos, em companhia de Carmen Lydia. Continua a viajar intermitentemente ao Rio. Naquela cidade freqüenta a roda literária de Emílio de Meneses, João do Rio, Alberto de Oliveira, Eloi Pontes, Olegário Mariano, Luis Edmundo, Olavo Bilac, Oscar Lopes e outros. Passa temporada em Aparecida do Norte. Está escrevendo o drama “O Filho do Sonho”.

Em 1917, conhece Mário de Andrade. Defende a pintora Anita Malfatti das críticas violentas feitas por Monteiro Lobato ("A exposição de Anita Malfatti", no “Jornal do Comércio”, São Paulo, 11/01/1918). Participa do primeiro grupo modernista com Mário de Andrade, Guilherme de Almeida, Ribeiro Couto e Di Cavalcanti. De 1917 a 1922 escreve regularmente no “Jornal do Comércio”.

Trabalha em “A Gazeta”, em 1918. Começa a compor “O perfeito cozinheiro das almas desse mundo...”, diário coletivo escrito em colaboração com Maria de Lourdes Castro Dolzani de Andrade (Miss Cyclone), Guilherme de Almeida, Monteiro Lobato, Leo Vaz, Pedro Rodrigues de Almeida, Inácio Pereira da Costa, Edmundo Amaral e outros. Fecha a revista “O Pirralho”.

Em 1919 é o orador do “Centro Acadêmico XI de Agosto” da Faculdade de Direito. Pronuncia a palestra "Árvore da Liberdade". Bacharel em Direito, é escolhido orador da turma. Morre seu pai, em fevereiro. Casa-se, “in extremis”, com Maria de Lourdes Castro Dolzani de Andrade (Miss Cyclone). Publica no jornal dos estudantes da Faculdade de Direito, “XI de Agosto”, três capítulos de “Memórias Sentimentais de João Miramar”.

No ano seguinte edita “Papel e Tinta”, assinando com Menotti del Picchia o editorial e escrevendo regularmente para o periódico. Descobre o escultor Brecheret. Escreve em “A Raposa” artigo elogiando Brecheret com texto ilustrado com fotos de trabalhos do artista.

1921 – Em julho, publica artigo sobre o poeta Alphonsus de Guimarães, ressaltando a forma de expressão, no seu entender, precursora da linguagem modernista. (“Jornal do Comércio” (SP), 07/1921). Faz a saudação a Menotti del Picchia no banquete oferecido para políticos e poetas no Trianon. Revela Mário de Andrade poeta, em polêmico artigo "O meu poeta futurista". Principia a colaboração do “Correio Paulistano” até 1924. Participa da caravana de jovens escritores paulistas ao Rio de Janeiro, a fim de fazer propaganda do Modernismo. Torna-se o líder dessa campanha preparatória para a Semana de Arte Moderna. Toma aula de boxe com o antigo pugilista suíço Delaunay.

Em 1922, participa da Semana de Arte Moderna no Teatro Municipal de São Paulo. Faz conferência, em 18 de setembro, comemorativa ao centenário da Bandeira Nacional. É um dos participantes do grupo da revista “Klaxon”, onde colabora. Integra o grupo dos cinco com Mário de Andrade, Anita Malfatti, Tarsila do Amaral e Menotti del Picchia. É escolhido como orador do banquete oferecido em homenagem ao escritor português Antonio Ferro, por ocasião de sua visita ao Brasil, no Automóvel Clube do Brasil (São Paulo). Publica “Os Condenados”, com capa de Anita Malfatti, primeiro romance de “A trilogia do exílio”. Viaja a negócios ao Rio. Em dezembro embarca para a Europa. Começa sua amizade com Tarsila.

No ano seguinte, ganha na justiça a custódia do seu filho Nonê. Faz viagem a Portugal e Espanha, com passagem pelo Senegal, acompanhado de Tarsila. Matricula seu filho no Licée Jaccard em Lausanne, Suiça. Reside em Paris até agosto, no atelier de Tarsila. No dia 23 abril, participa do almoço oferecido pelo embaixador na França a intelectuais franceses. Em 11 de maio pronuncia a Conferência “L'effort intellectuel du Brésil contemporain”, na Universidade de Sorbonne. No dia 28 de maio, conhece o poeta Blaise Cendrars. Em agosto, goza as férias de verão com Tarsila na Itália, em Veneza. Assiste entusiasmado o bailado negro de Blaise Cendrars, com música de Darius Milhaud e cenários de Fernand Léger, apresentado pelo Ballets Suédois, no Teatro dos Champs-Elyseés. Visita a exposição de Arte Negra, no Museu de Artes Decorativas. Reescreve “João Miramar”. Em julho, faz conferência em Lisboa. Em Paris, de volta ao Brasil, é homenageado com um banquete pela Sociedade Amis des Lettres Françaises, sendo saudado pela presidente do grupo Mme.Rachilde. Retorna ao Brasil no final do ano.

Em 1924, no dia 18 de março publica no “Correio da Manhã” o “Manifesto da Poesia Pau Brasil”. Toma parte na excursão ao carnaval do Rio de Janeiro e à Minas com outros intelectuais brasileiros e do poeta Blaise Cendrars, chamada de “Caravana Modernista”. Em Minas Gerais, recebidos por Aníbal Machado, Pedro Nava e Carlos Drummond de Andrade, excursionam pelas cidades históricas. No “Correio Paulistano”, publica o artigo “Blaise Cendrars — Um mestre da sensibilidade contemporânea". Participa do V Ciclo de Conferência da Vila Kyrial falando sobre "os ambientes intelectuais da França". Publica “Memórias Sentimentais de João Miramar”, com capa de Tarsila. Faz uma leitura do “Serafim Ponte Grande”, em casa de Paulo Prado para uma platéia de amigos modernistas. Viaja à Europa. Em 20 de novembro faz viagem à Espanha (Medina e Salamanca), de passagem para Suíça. Monta com Tarsila um novo apartamento em Paris, conservando este endereço até 1929. Passa o Natal com Tarsila na casa de campo do poeta Blaise Cendrars em Tremblay-sur-Mauldre.

Visita seu filho na Suíça, em março de 1925. Em fevereiro e março faz curso de inglês na Berlitz School, em Paris. Assiste ao festival Satie, em Paris. Em maio, viaja ao Brasil. Participa do jantar na Vila Fortunata (casa de René Thiollier) em homenagem a D.Olivia Guedes Penteado. Volta à Europa, passando em Lisboa. Em julho vai a Deauville para alguns dias de férias. Publica em Paris pela editora Au Sans Pareil o livro de poemas “Pau Brasil”. Em agosto retorna ao Brasil. Candidata-se à Academia Brasileira de Letras. Oficializa o noivado com Tarsila do Amaral. Faz nova viagem à Europa. Com Tarsila, passa novamente o final do ano em Le Tremblay-sur- Mauldre, residência de campo de Cendrars.

Em janeiro e fevereiro do ano seguinte viaja ao Oriente, em companhia de Tarsila, de seu filho, de Dulce (filha de Tarsila), do escritor Cláudio de Souza, do governador de São Paulo Altino Arantes. Visita cidades da Grécia, Turquia, Israel e Egito. Em 05 de maio é recebido com outros brasileiros em audiência pelo papa, a fim de tentarem a anulação do casamento de Tarsila. Permanece em Paris, com Tarsila, ajudando-a nos preparativos para a exposição na Galérie Percier. Chega ao Brasil em 16 de agosto. Casa-se com Tarsila do Amaral, em 30 de outubro, em cerimônia paraninfada pelo Presidente Washington Luis. Publica na “Revista do Brasil” o prefácio de “Serafim Ponte Grande”,primeira versão, "Objeto e fim da presente obra". Divulga em “Terra Roxa e Outras Terras” a "Carta Oceânica", prefácio ao livro “Pathé Baby” de Antônio de Alcântara Machado e um trecho do “Serafim Ponte Grande”. Viaja a Cataguazes (MG), mantém contato com o Grupo da Verde.

Publica, em 1927, “A Estrela de Absinto”, segundo romance de “A trilogia do exílio”, pela Editora Helios com capa de Brecheret. Publica “Primeiro Caderno de Poesia do Aluno Oswald de Andrade”, ilustrado pelo autor, com capa de Tarsila. Começa no “Jornal do Comércio” a coluna "Feira das Quintas". Participa do jantar literário em homenagem a Paulo Prado, em abril na Vila Fortunata. Permanece uma temporada, de junho até agosto, em Paris para a exposição de Tarsila, voltando ao Brasil faz escala na Bahia. Abre escritório comercial na Praça do Patriarca. 20. Disputa o prêmio romance, patrocinado pela Academia Brasileira de Letras, com “A Estrela de Absinto”, que obteve menção honrosa. Publica trechos de “Serafim Ponte Grande” na revista “Verde”.

Em 1928, lê o “Manifesto Antropófago” para amigos na casa de Mário de Andrade. Publica o “Manifesto Antropófago” na “Revista de Antropofagia”, que ajuda a fundar, com os amigos Raul Bopp e Antônio de Alcântara Machado. Viaja à Bahia. Viaja à Europa, regressando no mesmo ano, com passagem por Lisboa. Fica em Paris nos meses de junho e julho para a 3ª exposição de Tarsila.

No ano seguinte, volta ao Rio para a exposição de Tarsila, com Anita Malfatti, Waldemar Belisário, Patricia Galvão. Está em Paris em julho. Entra em contato com Benjamin Péret que mora no Brasil até 1931. Hospeda na sua fazenda — Santa Tereza do Alto — o filósofo alemão Hermann Keyserling e a dançarina Josephine Baker. É expulso do Congresso de Lavradores, realizado no Cinema República (SP) por propor um acordo com o trabalhador do campo. Separa-se de Tarsila do Amaral. Rompe com Mário de Andrade e Paulo Prado. Viaja à Bahia com Pagú.

No dia 1º de abril de 1930 casa-se com Patricia Galvão (Pagu) numa cerimônia pouco convencional. O acontecimento foi simbólico, realizado no Cemitério da Consolação, em São Paulo. Mais tarde, se retrataram na igreja. Escreve "A casa e a língua", em defesa da arquitetura de Warchavchik. Nasce seu filho Rudá Poronominare Galvão de Andrade com a escritora Patrícia Galvão (Pagú). É preso pela polícia do Rio de Janeiro, por ameaçar o antigo amigo, poeta Olegário Mariano.

Em 1931, escreve “O mundo político”.Tem um encontro com Luis Carlos Prestes em Montevidéu, que muda o rumo político do escritor Oswald. Começa a escrever ensaios políticos, geralmente sobre a situação e os problemas do operário. Funda com Queiroz Lima e Pagú “O Homem do Povo”. Publica o “Manifesto Ordem e Progresso”. Engaja-se no Partido Comunista.

No ano seguinte, redige o prefácio definitivo de “Serafim Ponte Grande”.

Em 1933, pronuncia conferência — “O Vosso Sindicato” — no sindicato dos padeiros de São Paulo. Publica “Serafim Ponte Grande”. Patrocina a publicação de “Parque Industrial”, romance de Pagú.

No ano seguinte, deixa Pagú e une-se à pianista Pilar Ferrer. Publica “A Escada Vermelha”, terceiro romance de “A trilogia do exílio”, e “O Homem e o Cavalo”, com capa de seu filho, Oswald de Andrade Filho. Lê cenas da peça “O Homem e o Cavalo” no Teatro de Experiência de Flávio de Carvalho. Programada a apresentação dessa peça, o teatro, é interditado pela polícia. No dia 24 de dezembro, assina contrato ante-nupcial em regime de separação de bens com Julieta Bárbara Guerrini.

Em 1935, compra uma serraria. Com sua mulher Julieta, acompanha C. Levis-Strauss em excursão até Foz do Iguaçu. Escreve sátira política para “A Platéia”. Faz parte do movimento artístico cultural “Quarteirão”. Está fichado na polícia civil do Ministério da Justiça, sob o nº 70, como subversivo.

No ano seguinte, publica na revista “XI de agosto”, "Página de Natal" do Marco Zero. Conclui o poema “O Santeiro do Mangue”, 1ª versão, dedicado criticamente a Jorge de Lima e Murilo Mendes. Empenha um cordão de ouro na casa Leão da Silva Ltda. Em dezembro casa-se com a escritora Julieta Bárbara Guerrini, tendo como padrinho o jornalista Casper Líbero, o pintor Portinari e uma irmã da noiva, Clotilde. Passa a residir no Rio de Janeiro, na Av. Atlântica e em São Paulo na Rua Júlio de Mesquita.

Escreve “O país da sobremesa”, em 1937. É feita uma tentativa de encenação da peça “O Rei da Vela” pela Companhia de Álvaro Moreyra. Atua na Frente Negra Brasileira. Escreve na revista “Problemas” (São Paulo). Publica “A Morta” e “O Rei da Vela”. No Rio de Janeiro, a edição de “Serafim Ponte Grande” é dada como esgotada.

Em 1938, publica o trecho "A vocação" da série “Marco Zero: IV”, “A presença do Mar”. Está ligado ao Sindicato de Jornalista de São Paulo, matrícula nº 179. Redige “Análise de dois tipos de ficção”.

No dia 16 de fevereiro de 1939, Oswald ingressa no Pen Club do Brasil. Em agosto viaja à Europa, com sua mulher Julieta, para participar do Congresso do Pen Club, em Estocolmo, que não se realizou por causa da guerra. Retorna pelo navio cargueiro Angola. Publica no jornal “Meio Dia” as colunas "Banho de Sol" e "De literatura". É o representante do jornal “Meio Dia” em São Paulo. Escreve para o “Jornal da Manhã” (SP) uma série de reportagens sobre personalidades importantes da vida política, econômica e social de São Paulo. Passa uma temporada em Águas de São Pedro, perto de Piracicaba (SP), em tratamento de saúde.

Escreve “O lar do operário”. Candidata-se à Academia Brasileira de Letras pela segunda vez, enviando uma carta aberta aos imortais, em 1940.

Em 1941, monta um escritório de imóveis na rua Marconi, com Nonê, o filho mais velho.

No ano de 1942, expõe trabalhos de pintura na Sala dos Intelectuais, no VII Salão do Sindicato dos Artistas Plásticos de São Paulo. Publica “Cântico dos Cânticos para Flauta e Violão”, dedicado à sua futura mulher, Maria Antonieta d’Alkmin. Lança, em 2ª edição pela Globo, “Os Condenados”, com capa de Koetz.

Publica “Marco Zero: I A revolução melancólica”, pela José Olympio, capa de Santa Rosa. Começa a publicar no “Diário de S.Paulo” a coluna "Feira das Sextas". Casa-se com Maria Antonieta d'Alkmin, em 1943.

Em 1944, pronuncia na Faculdade de Direito a conferência "Fazedores da América", publicada no “Diário de S.Paulo” em 31/10/1944. Inicia a série “Telefonema”, publicada no “Correio da Manhã”, até 1954. Viaja a Belo Horizonte, com uma caravana de intelectuais e faz uma conferência na Exposição de Arte Moderna, organizada pelo Prefeito Juscelino Kubstichek.

No ano seguinte escreve "O sentido da nacionalidade no Caramuru e no Uruguai". Publica "A Arcádia e a inconfidência", tese apresentada à cadeira de literatura brasileira da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de São Paulo, na qual o biografado é livre-docente.em Literatura Brasileira. Nasce sua filha Antonieta Marília. Reúne no volume “Ponta de Lança” artigos esparsos. Publica "A sátira na poesia brasileira", conferência pronunciada na Biblioteca Pública Municipal de São Paulo. Participa do Congresso de Escritores em São Paulo. Publica “Poesias Reunidas - Oswald de Andrade”, editora. Gazeta e “Marco Zero: II — Chão”, pela José Olympio. Faz a saudação a Pablo Neruda em visita ao Brasil. Inicia a organização da Ala Progressista Brasileira, programa de conciliação nacional. Lança um manifesto ao "Povo de São Paulo, Trabalhadores de São Paulo. Homens livres de São Paulo". Escreve o "Canto do Pracinha só". Rompe com o Partido Comunista do Brasil e Luis Carlos Prestes, seu secretário geral. Publica na “Gazeta de Limeira”, conferência pronunciada em Piracicaba intitulada "A lição da inconfidência".

Em 1946, publica “O Escaravelho de Ouro” (poesia). Assina contrato com o governo de São Paulo para a realização da obra "O que fizemos em 25 anos", espécie de levantamento da vida nacional, em todos os setores da atividade técnica e social à literária e artística. Profere conferência sob o título "Informe sobre o modernismo". Apresenta o escritor norte-americano Samuel Putnam, em visita ao Brasil, na Escola de Sociologia e Política (São Paulo). Participa em Limeira (SP) do Congresso de Escritores.

Candidata-se a delegado regional da Associação Brasileira de Escritores e perde a eleição. Envia bilhete-aberto ao Presidente da Seção Estadual, escritor Sérgio Buarque de Holanda, protestando e desligando-se da Associação, em 1947.

Em 1948, pronuncia em Bauru a conferência "O sentido do interior". Nasce seu filho Paulo Marcos.

Publica na revista Anhembi o texto "O modernismo", em 1949. Profere conferência no Centro de Debates Casper Líbero: "Civilização e dinheiro", e no Museu de Arte de São Paulo, “Novas dimensões da poesia". Realiza excursão a Iguape, com Albert Camus, para assistir às tradicionais festas do Divino. É encarregado de apresentar e saudar o escritor francês de passagem por São Paulo para fazer conferências. Escreve a coluna "3 linhas e 4 verdades" na “Folha de S.Paulo”, até 1950. Profere nova conferência na Faculdade de Direito em homenagem a Rui Barbosa.

Em 1950, escreve “O antropófago”. É homenageado com um banquete, no Automóvel Clube, pela passagem do 60º aniversário, saudado por Sérgio Milliet. Participa de concurso para provimento da Cadeira de Filosofia da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de São Paulo, ocasião em que defende a tese "A crise da filosofia messiânica", sem êxito. Candidata-se a deputado federal pelo PRT, com o seguinte slogan: “Pão – Teto – Roupa – Saúde – Instrução”. Pronuncia as seguintes conferências: "A arte moderna e a arte soviética", "Velhos e novos livros atuais". Redige "Um aspecto antropofágico da cultura brasileira — o homem cordial" para o 1º Congresso Brasileiro de Filosofia. Apresenta a versão definitiva de “O Santeiro do Mangue”.

Escreve, em 1952, “Introdução à antropofagia”. Profere discurso de saudação em homenagem a Josué de Castro, representante da ONU, por iniciativa da Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo. Escreve o artigo "Dois emancipados: Júlio Ribeiro e Inglês de Souza".

É membro da Comissão Julgadora do Salão Letras e Artes Carmen Dolores, em 1953. Saudou o escritor José Lins do Rego, pelo prêmio recebido em torno do romance “Cangaceiros”, patrocinado pelo Salão de Letras e Artes Carmen Dolores Barbosa. Começa a publicar a série “A Marcha das Utopias” no jornal “O Estado de S.Paulo”. Tenta em vão vender sua coleção de quadros.

Em 1954, escreve o ensaio “Do órfico e mais cogitações" e "O primitivo e a antropofagia”. Envia comunicação, por intermédio de Di Cavalcanti, para o Encontro de Intelectuais, no Rio de Janeiro. Publica o primeiro volume das “Memórias — Um homem sem profissão”, com capa de seu filho, Oswaldo Jr., pela José Olympio. Graças à interferência de Vicente Rao, foi indicado para ministrar um curso de cultura brasileira em Genebra. Retorna como sócio à Associação Brasileira de Escritores (A.B.D.E.).

Falece em São Paulo, em 22 de outubro de 1954, na sua residência da rua Marquês de Caravelas, 214. É sepultado no jazigo da família, no cemitério da Consolação, em São Paulo (SP).

É homenageado postumamente pelo Congresso Internacional de Escritores, em 1954. Em 1990, no centenário de seu nascimento, a “Oficina Cultural Três Rios” passa a se chamar “Oficina Cultural Oswald de Andrade; é lançado o filme “Cem Oswaldinianos”, de Adilson Ruiz.

Antônio Peticov é o autor de "Momento Antropofágico com Oswald de Andrade", um painel de azulejo, ladrilho, madeira, aço e vinil com 3m x 16,5m instalado na estação República do Metrô paulista, também em 1990.

Resenha: Quem é você, Alasca?

“Passamos a vida inteira no labirinto, perdidos, pensando em como um dia conseguiremos escapar e em quanto será legal. Imaginar esse futuro é o que nos impulsiona para a frente, mas nunca fazemos nada. Simplesmente usamos o futuro para escapar do presente.”

Miles Halter é um adolescente fissurado por célebres últimas palavras — e está cansado de sua vidinha segura e sem graça em casa. Vai para uma nova escola à procura daquilo que o poeta François Rabelais, quando estava à beira da morte, chamou de o “Grande Talvez”. Muita coisa o aguarda em Culver Creek, inclusive Alasca Young. Inteligente, engraçada, problemática e extremamente sensual, Alasca levará Miles para o seu labirinto e o catapultará em direção ao Grande Talvez.
Quem é você, Alasca? É um livro difícil, bem diferente da narrativa do A culpa e das estrelas que é mais leve e fácil. O que é estranho por que Quem é você, Alasca? Tem menos páginas e não é um drama anunciado sobre adolescentes com câncer, mas mesmo assim consegue ser mais triste e melancólico. É difícil acreditar em como o livro que você compra sendo uma história de romance adolescente, de repente, se transforma em tudo aquilo que ele já era na verdade e ninguém fez o favor de avisar a gente.
Conclusão: Quem é você, Alasca? é um livro ótimo e muito bonito. Ao mesmo tempo que ele tem partes engraçadas ele é um livro melancólico e filosófico, ou seja, a cara do John Green. Então leia, mas prepare-se, ele não é um livro tão YA como aparenta ser.
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